sexta-feira, 30 de abril de 2010

Espaço Tom Jobim


Cadeira Tom Jobim


O Espaço Tom Jobim, inaugurado no dia 30 de setembro de 2008, é um maravilhoso lugar para shows e apresentações teatrais no meio do Jardim Botânico, esse paraíso de 54 hectares com grande diversidade da flora brasileira e estrangeira.
O espaço possui uma sala de projeção moderna com ótimo tratamento acústico e design arquitetônico contemporâneo com utilização de madeira de reflorestamento. As cadeiras do teatro, também de madeira, possuem a assinatura do designer João Bird que foi convidado por seu estilo e por sua preferência em utilizar a madeira certifica como matéria prima.
Quem ainda não teve a oportunidade de conhecer esse belíssimo espaço pôde conferir no programa Estrelas, da Rede Globo, do dia 27 de fevereiro de 2010 a entrevista de Angélica com Ney Matogrosso lá. Aqui você confere o visual do espaço:

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O som do serrote

João Bird foi à Pirenópolis, Goiás participar do encontro Natura Madeira. Ele sabia de um reverendo que fazia som com um serrote e ficou muito interessado em conhecê-lo, pois queria ver como seu instrumento de trabalho poderia se tornar um instrumento musical na mão de outra pessoa. Pegou então seu carro e dirigiu 4 horas até Rio Verde para encontrá-lo. Ficou muito encantado com o brilho e a simplicidade do Reverendo Belmiro da Silva Aguiar e a complexidade de seu som. Ele lhe disse uma coisa que marcou o designer: “O serrote dá som porque ele me obedece e se curva. Assim é com aqueles que obedecem e se curvam diante de Deus, são os que produzem belos sons.” O vídeo da arte do Reverendo Belmiro você confere aqui no Bird Blog.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mais uma das SIRIXEIRAS

Essa notinha foi enviada na mala direta da Fundição Progresso:

Exposição Acervo Galeria de Arte








João Bird expôs sua coleção 2007 na Acervo Galeria de Arte em Manaus, no Amazonas. No vídeo a seguir ele comenta sua exposição:

terça-feira, 20 de abril de 2010

Blog do Alternativa Saúde

Saiu ontem no blog do programa Alternativa Saúde (http://colunas.gnt.globo.com/alternativasaude/) um post sobre a visita deles no estúdio do João Bird. Vale a pena dar uma conferida:

Joga fora no lixo?!

A sugestão de entrevistar o João veio do nosso diretor, o Tiago, e eu tive a missão (e o prazer) de ir até o ateliê dele pra ver de perto o trabalho. O João Bird é um designer superconceituado e me recebeu de braços abertos na Fundição Progresso, aqui no Rio, onde ele dá “expediente”.



Assim que eu cheguei lá, vi de cara que o negócio ia render. O João é inteligentíssimo, talentoso e ADORA falar sobre o que faz. Ele trabalha basicamente com materiais sustentáveis e transforma o inusitado em peças charmosíssimas, úteis e que dão um toque bem legal pra casa.



No dia da gravação, a Cynthia adorou tudo e até ajudou o João a fabricar um de seus xodós atuais: as “sirixeiras”, que são lixeirinhas feitas de um objeto bem inusitado… Deu pra desvendar pela foto?





Descubra isso e muuuito mais no Alternativa dessa terça.

Beijos, Diogo Gardoni (Produtor e Pesquisador do Alternativa Saúde)

fotos: Aloyana Lemos


segunda-feira, 19 de abril de 2010

SIRIXEIRAS

Na edição deste mês da revista Casa & Decoração, na seção Ecodécor saiu uma nota sobre as Sirixeiras. Criadas pelo designer João Bird, são feitas com botijões do gás CFC usados em ar condicionado.

Amanhã no programa Alternativa Saúde do Gnt, às 22 horas, Bird e Cynthia Howlett mostrarão como elas são confeccionadas. Não percam!






Ameaça ao futuro da Amazônia



Em 1994 ocorreu na PUC-Rio um debate sobre o corte predatório do mogno na Amazônia, realizado pelo Greenpeace. Ainda hoje, em 2010, esse assunto é um importante tema de discussão já que continua sendo um problema.

Todos os grupos e indivíduos que se importam realmente com o futuro da floresta amazônica e das populações que dela dependem estão seriamente preocupados com o crescimento caótico e predatório da atividade madeireira na região.

Em 94, já tinham sido destruídos cerca de 415 mil quilômetros quadrados da floresta, uma área equivalente a um e meio Estado de São Paulo. Se fosse utilizado de forma correta, com a adoção de técnicas agroflorestais e de agricultura ecológica e associada a uma política séria de reforma agrária, esta área poderia se tornar um importantíssimo centro de produção de alimentos.

Um pequeno grupo de empresas produz, como um todo, um número igualmente pequeno de empregos. Os benefícios que elas trazem, portanto, são bastante restritos, se considerarmos o grande volume de seus lucros e dos danos sócio-ecológicos por elas provocados.

Um dos aspectos mais absurdos e ilegais da ação das madeireiras de mogno é a invasão de áreas indígenas, reservas ecológicas e reservas extrativistas. Cerca de 90 grupos vivem na área de ocorrência do mogno e algumas tribos, como as dos Nambikwara e dos Uru-eu-wau-eau, em Rondônia, têm sido invadidas e roubadas.

Na sua cobiça por conseguir cada vez mais mogno, as madeireiras abrem de forma caótica estradas em direção à florestas. Sua abertura representa um crime ecológico, pois ocorre de forma descuidada e sem levar em conta princípios de topografia ou hidrografia.

Quer dizer, estamos destruindo aquilo que nem chegamos a conhecer.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

TRANSAMAZÔNICO

A seguir um breve resumo da reportagem que saiu no Caderno Ela do jornal carioca O GLOBO no dia 12 de julho de 2008.



TRANSAMAZÔNICO

De volta para casa, designer lança linha de produtos na Fundição Progresso. Seu nome combina com sua postura ecológia e tem uma pontinha de poesia. João Bird, designer autodidata, é um passarinho de asas vigorosas e acaba de voltar de uma temporada na Amazônia. Temporada é uma maneira de dizer. Foram dez anos rodando pela região, onde desenvolveu trabalhos com comunidades indígenas no Alto Solimões e abriu um escritório em Manaus. Longo caminho para quem desenhou sua primeira cadeira aos 15 anos - produzida até hoje-, fez arquitetura na FAU em São José dos Campos e resolveu se dedicar à fabricação de escadas de madeira.



foto do making of por Lamartine Ataide

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O BRASIL AMA OU NÃO AMAZÔNIA?

Por ter morado na Amazônia, Bird viu de perto todos os problemas que ela possui. Por este motivo, criou diferentes capas para o pneu de seu jipe. Atualmente ele está usando uma com os dizeres "O BRASIL AMA OU NÃO AMAZÔNIA?" e uma foto da floresta sendo devastada, como reflexão.




Direção Amazônia

Já foi dito aqui no blog que João Bird morou 10 anos na Amazônia mas o que leva uma pessoa a largar seu escritório em Ipanema e tudo o mais e embarcar nessa aventura?

Em 1992 João Bird produziu industrialmente sua primeira linha de móveis, 450 unidades que batizou de Linha Raza, em razão de sua baixa estatura. Foi produzida com sobras de mogno que não atendiam ao padrão comercial, e em muitos casos eram usadas como lenha para caldeiras.





No ano de 1994 o designer foi à um debate na PUC-Rio contra o uso do mogno, pois esta já era uma árvore em extinção, realizado pelo Greenpeace. Ao se apresentar e dizer que estava utilizando o mogno como matéria prima recebeu uma grande vaia dos vários jovens que lá estavam. Quando as vaias cessaram ele argumentou que se os assuntos ali debatidos não chegassem de maneira muito clara aos marceneiros, carpinteiros, arquitetos e designers pouco disso valeria, pois são estes profissionais os maiores responsáveis pelo uso da madeira. Sua participação lhe valeu o convite de seguir com o Greenpeace por 45 dias na Amazônia em um projeto em defesa das floretas tropicais do mundo, mapeando serrarias e pequenas carpintarias da região. Essa viagem foi impacto, ao ver a Lua e as estrelas refletidas no Rio Negro era como se flutuasse com a canoa no espaço.

Após os 45 dias retornou para o Rio de Janeiro e em 1996 voltou à região quando recebeu o convite da ONG Saúde e Alegria, em Santarém, Pará, para fazer a cenografia do III Encontro de Promoção Social e Ambiental da ONG, no rio Arapiuns, afluente do Tapajós, na comunidade de São Francisco. Para a realização do trabalho teve a ajuda de mais ou menos 42 homens da comunidade. Foram 40 dias de experiências muito interessantes e importantíssimas para sua decisão.

Rio Arapiuns

Rio Tapajós

Uma delas rendeu uma boa história: na região é conhecido o mito do "Boto", que possui a qualidade de emergir das águas dos rios à noite, adquirir forma humana e se tornar um homem tão atraente que o magnetismo é irresistível à todas as mulheres. Por isso, toda donzela era alertada por suas mães para tomarem cuidado com os flertes que recebiam de homens bem vestidos e usando um chapéu, pois este era usado para ocultar um orifício para respiração que originalmente o animal possui no alto da cabeça. João Bird quando chegou na comunidade estava vestido com uma camisa florida, óculos escuros e um chapéu. Eugênio Scannavinno Neto, fundador da ONG, falou aos habitantes da comunidade que o designer seria seu chefe e ao final perguntou se eles teriam algum questionamento a fazer. O senhor mais velho da comunidade pediu a palavra e disse que João não poderia nem olhar e nem se aproximar das moças de lá. João ficou sem acreditar mas consentiu pois não teve escolha. Dias depois descobriu que por via das dúvidas os ribeirinhos preferiam se prevenir.

Outro caso que chamou sua atenção foi o fato de Silvio, exímio carpinteiro e seu braço direito, à três dias do encontro e milhares de coisas a fazer, não ter aparecido para trabalhar de manhã. À tarde, todos trabalhando ele apareceu com uma bolsa à tira-colo e uma vara de pescar. João perguntou o por quê de sua ausência. Silvio disse que naquele dia não era dia de trabalho era dia de pescar, e deixou o designer encantado com a pureza e a verdade daquele lugar.

O encontro rendeu uma foto novela. Entre voluntários e ribeirinhos, ela contou com a participação de Giulia Gam, que a dirigiu ao lado de João, e Marcelo Tas que também estava presente.

páginas 7 e 8 da fotonovela

João voltou ao Rio e não aguentou mais. No ano seguinte retornou à Amazônia e lá ficou por dez anos.

Bird Blog no ar !



foto Marcello Almo

O Bird Blog é uma extensão do site do designer João Bird que após morar 10 anos na Amazônia retorna ao seu estado natal, o Rio de Janeiro. Seu estúdio fica na Fundição Progresso, centro cultural no coração da Lapa. Lá atua como diretor de arte e é o responsável pelo novo visual da fachada e pelo seu processo de revitalização.

Na Fundição desenvolve oficinas de arte no Núcleo de Educação e Cultura - NEC coordenando o curso de arte & design com o foco em produtos recicláveis e sustentáveis. Esses cursos/oficinas são desenvolvidas com adolescentes de escolas públicas do Rio de Janeiro, formando técnicos em várias áreas do teatro, circo, grafite e design, onde essas próprias oficinas também são temas de debate em aulas de filosofia e aqueles que tiverem um bom rendimento são aproveitados profissionalmente dentro da própria Fundição.

João Bird também é muito conhecido por seus móveis de madeiras reutilizadas ou certificadas pelo FSC, Forest Stewardship Council, uma organização independente, não governamental, sem fins lucrativos que promove o manejo responsável das florestas mundiais, e é este próprio órgão que atesta ter sido o designer o responsável pelo projeto da primeira casa pré fabricada do mundo com o selo FSC, a casa Z, na frente de Suécia, Dinamarca e Finlândia que disputavam esse feito. Hoje este é o selo mais respeitado em todo o mundo, com presença em mais de 75 países e todos os continentes.

No Bird Blog estarão todas as novidades e o que já foi feito pelo designer, além de temas que têm a ver com o seu trabalho.


SEJAM BEM-VINDOS!